domingo, 20 de abril de 2014

Arthur Schopenhauer e a vontade


A solidão é a sorte de todos os espíritos excepcionais.(Arthur Shoopeauer) 

Arthur Shoopeauer um dos mais renomados filósofos alemães do século XIX, introduziu na filosofia ocidental o conceito de vontade, e uma nova concepção de estética e sofrimento. Para ele o homem não é mais do que uma representação do corpo e dos sentimentos em relação a sua singularidade de vida., além de  fazer fortes criticas a Hegel sobre o homem extremamente racional como fonte de idealismo. Mais tarde com a queda da filosofia hegeliana, ele obteve reconhecimento surgindo como um dos ídolos da nova geração de filósofos.

Ele viveu boa parte da vida solitário e isolado, isso de certa forma contribuiu para sua filosofia digamos "pessimista" e seu pensamento bastante parecido com "monges" já que introduziu também concepçaões do budismo como uma retórica ao pensamento cristão. De uma forma geral podemos dizer que sua principal contribuição à filosofia foi o pensamento do homem como representante de sua realidade e não mais como uma ser racional e objetivo da realidade, além de ter influenciado fortemente Freud e Nietzsche

 Para ele a ideia é nada mais que a própria vontade objetivada, aqui é importante perceber que a razão acaba ficando como uma ideal mais "intuitivo" do que "racional" por que se manifesta a partir da representação do homem em relação a priori do universo. O tempo desempenha uma papel importante assim como na filosofia de Kant já que se relaciona com os fenômenos da realidade, portanto é eterna, já que ela decore além da vontade. O que resta do ser  em questão é sua representação como fenômeno dentro de um pequeno espaço temporal na existência.

O tempo é o quadro em movimento da eternidade

 O mundo como uma representação seria uma imagem representativa da vontade, portanto as coisas seriam percebidas em relação a objetivação do sujeito dentro do tempo e na relação com a realidade, através da vontade como fonte propulsora de movimento e vida. Muitos aqui podem pensar que a vontade representa nada mais do que o "instinto", mas é diferente já que ela segue uma objetivação do sujeito mediante sua representação, mais tarde essa vontade ganharia um novo significado com freud como "pulsão".

A representação, segundo ele como fonte de objetificação do fenômeno da vontade sobre a realidade, como um "caminho" literal do homem sobre sua existência. Nesse sentido ainda herdado de kant ele afirma que a "realidade" ou até mesmo a percepção não seria um estudo "real" da natureza, mas puramente metafico mesmo que se demonstra-se natural na realidade, ou seja o homem não teria capacidade de se percebe-se sem a vontade representada nas relação com o mundo.

O corpo desempenha um papel fundamental como instrumento de "esclarecimento" do homem sobre a realidade, mas diferente da concepção grega de estica o corpo não seria um "obra de arte" como uma forma lógica e racional de vida, mas um motor e propagador da vontade, sendo unicamente representado em todas as criações humanas, e também como forma intuitiva da razão ( Aqui ele já "corta" relações com a filosofia idealística de Hegel que representa o homem um ser puramente racional e lógico)

A razão jamais pode ser "puramente racional" justamente por que cada ser representa o mundo com base na sua própria "noção" e isso gera seu próprio idealismo de existência. Portanto tudo aquilo que "foge do ser" é real e tudo aquilo subordinado a vontade é um fenômeno da percepção.

O sofrimento ganha outra forma com esse pensador, já que é ligado a vontade como fonte de satisfação do homem. Ele ficou conhecido como o filosofo do pessimismo justamente por que é atraves da vontade que o ser "se torna" no mundo, mas é com ela também que ele se reconheçe como fenômeno limitado da existencia , sendo assim a vida não ira lhe satisfazer em todas as suas questoes, por que o mundo em sí não é subordinado a vontade logo não é um mundo "feito para o homem se comtemplar". 

O sofrimento com ele ganha forma como limitação da vontade, nesse sentido ela desempenha um papel como "movimento do homem dentro do espaço" ou seja não algo metafisico, mas organico e "intrafisico" como um produto da experimentação da realidade e do objeto. E como essa relação se limita por causa da condição do homem como sujeito e intrumento da vontade, ela causa dor e uma ilimitada busca do sujeito na realidade para amenizar esse sofrimento real de desejos.

A vontade em sí não tem limites, já que ela não é subordinada ao mundo fisico e corporal mas como desejo do sujeito como fenômeno de existencia e metafico de representação ela gera o impulso de movimento de representação sobre a realidade. É interessante notar aqui a o paralelo de "inconsiente e consciente" que mais tarde é definido por freud como uma representação das pulsoes.

Não vivo apenas em mim mesmo, mas me torno

 A felicidade segundo ele, seria a satisfação da vontade mas de forma momentânea e singular, portanto ela jamais poderia ser objetificada como um principio fundamental de todos, já que o fenômeno dela é percebido de diferentes formas em cada um. Isso demonstra que o conceito "Busca da felicidade" é meramente falso e sem sentido, já que como ele mostra, ela não pode ser objetificada para ser definida como tal se não apenas uma forma de satisfação momentânea representativa da vontade de cada um. 

Além disso ele demonstrou como a estética seria a única forma de "representar" a vontade de forma total sem torna-la parte do "objeto" ou seja, a arte a musica e o belo seriam as únicas formas do homem transcender e "falar" com a vontade pura, fugindo da sua existência decadente. Verifica-se aqui que os sentimentos representariam uma maior satisfação do homem do que a razão, claro que hoje na modernidade isso é bastante lógico, mas na época com uma sociedade extramente racional o homem era unicamente fonte de razão e objeção de si mesmo.

Portanto Shoppearuer   "quebra" o homem como representação racional e o introduz o significado de sujeito sobre a vontade como fonte de insatisfação e sofrimento.

Viver é sofrer

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